terça-feira, 11 de março de 2008

Uma Mulher mineira determinada

Mineira tenta feito entre os homens.


Não se trata apenas de praticar um esporte que tem os homens como a grande maioria, exigindo força física para domar uma moto em meio a saltos e obstáculos. Sem adversárias à altura no país, Mariana Balbi resolveu encarar os marmanjos e já há alguns anos vem fazendo bonito nas provas das principais competições nacionais de motocross. Dessa vez, a mineira foi mais longe: amanhã, em Indaiatuba (SP), na abertura do Campeonato Brasileiro, ela será a única, entre os mais de 460 inscritos (número recorde) a acelerar em três categorias.
Além de brigar por um lugar no pódio na MX3 (para mulheres, e homens acima dos 35 anos), em que normalmente corre, Mariana tentará se classificar para o gate da MX1, principal classe da competição (motos dois tempos até 250cc e quatro tempos até 450cc) e da MX2 (motos dois tempos até 125cc e quatro tempos). Na semana em que comemora o dia internacional da mulher, ela mostra que batom e maquiagem podem conviver sem problemas com terra e graxa.
E é justamente na data dedicada a elas que a mineira de 22 anos inicia a maratona. Hoje Mariana encara os treinos livres e as séries eliminatórias das três categorias, em busca de vaga nas baterias finais. Se superar a concorrência e ficar entre os 40 mais rápidos na MX3, volta à pista já hoje para a bateria de 25 minutos mais duas voltas. Nas demais categorias, serão outras duas baterias, amanhã, cada uma com 30 minutos mais duas voltas. Já pensando na temporada da WMA, o Mundial Feminino, nos EUA, que disputará mais uma vez (foi a quinta colocada em 2007), ela garante estar pronta. “Como a corrida da MX3 foi antecipada para o sábado, vou tentar. Além de um bom treino, posso me acostumar à moto de 450cc, com que correrei nos EUA. Não será fácil mas, se não tivesse chance, nem tentaria. Acabei sendo a única a me inscrever para as três categorias e vou procurar aproveitar”, explica Mariana.
Orgulho
Desde o começo do ano, ela e o pai Jorge – o irmão Jorginho segue disputando, com sucesso, os campeonatos mundial e americano de supercross – trocaram Belo Horizonte por Cerqueira Campos, no Paraná, sede da equipe Pro Tork, que a mineira passou a defender. “Temos uma estrutura de time oficial e, com isso, posso trabalhar com mais calma”. E, em meio aos próprios objetivos, não esconde o orgulho ao ver que outras sete mulheres estão inscritas para a etapa que abre o Brasileiro. “É um feito. De certa forma elas viram o meu esforço, entenderam que era possível e hoje estão aqui. Não devemos nada a ninguém”, garante