terça-feira, 22 de julho de 2008


Não faças da violência um modo de vida!

"A Violência contra as Mulheres é talvez a mais vergonhosa violação dos direitos humanos. Não conhece fronteiras geográficas, culturais ou de riqueza. Enquanto se mantiver, não poderemos afirmar que fizemos verdadeiros progressos em direcção à igualdade, ao desenvolvimento e à paz." Kofi Annan, Secretário Geral das Nações Unidas.

- Todas as pessoas, homens mulheres e crianças podem ser vitimas de violência.
- Um grande número de actos de violência ocorre no seio da família, sendo as mulheres, as crianças e os idosos as vitimas mais frequentes de maus tratos.
- Entende-se por maus tratos qualquer forma de agressão física ou moral.
- Socos, pontapés, agressão com armas ou objectos pesados, abandono, expulsão de casa, violência sexual, são algumas das formas de maus tratos físicos.
- Os insultos e humilhações, em público e privado, as ameaças, o abandono moral, a destruição de propriedade pessoal e doméstica, são formas de maus tratos morais.


Definição de Violência Contra as Mulheres - Conselho da Europa:

"Qualquer acto, omissão ou conduta que serve para infligir sofrimentos físicos, sexuais ou mentais, directa ou indirectamente, por meio de enganos, ameaças, coacção ou qualquer outro meio, a qualquer mulher, e tendo por objectivo e como efeito intimidá-la, puni-la ou humilhá-la, ou mantê-la nos papéis estereotipados ligados ao seu sexo, ou recusar-lhe a dignidade humana, a autonomia sexual, a integridade física, mental e moral, ou abalar a sua segurança pessoal, o seu amor-próprio ou a sua personalidade, ou diminuir as suas capacidades físicas ou intelectuais."
in http://www.fjuventude.pt/programas/sites/violencia/


Se for vítima, lembre-se que nada nem ninguém tem o direito de nos rebaixar ou humilhar perante qualquer que seja a situação. Ninguém tem o direito de nos agredir física e mentalmente, somos humanos e temos vontade própria, ninguém tem o direito de nos obrigar a nada. Não se cale, porque um dia pode ser tarde, a esperança é a última a morrer, todos temos uma segunda oportunidade para melhorar as nossas condições de vida, pois a violência não é um modo de vida, violência é uma coisa irracional. Tudo se resolve a falar, diga não á violência e ponha a mão sobre este assunto.




Pesquisa Ibope - Instituto Patrícia Galvão 2004


Violência contra a mulher é o problema que mais preocupa homens e mulheres

Trata-se de uma pesquisa inédita sobre violência contra a mulher, encomendada pelo Instituto Patrícia Galvão ao Ibope Opinião, com apoio da Fundação Ford. Realizada em setembro de 2004, a pesquisa trabalhou com uma mostra representativa da população adulta brasileira. Acesse arquivo PDF (178Kb)

Foram realizadas 2.002 entrevistas pessoais em todos os estados brasileiros, capitais e regiões metropolitanas. Cidades menores foram selecionadas probabilisticamente, dentro da proporcionalidade por tamanho de município. A margem de erro máximo, para o total da amostra, é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança estimado é de 95%.

PRINCIPAIS RESULTADOS

A partir de uma lista de problemas, homens e mulheres reconhecem que a violência contra a mulher, tanto dentro como fora de casa, é o problema que mais preocupa a brasileira na atualidade.

. 30% apontam a violência contra a mulher dentro e fora de casa em primeiro lugar, na frente de uma série de outros problemas, como câncer de mama e de útero (17%) e a Aids (10%). Os indicadores de preocupação com a questão da violência não mostram diferenças entre os sexos, tampouco na maioria das variáveis estudadas. Isto é, trata-se de um problema amplamente difundido no conjunto da sociedade.

. 91% dos brasileiros consideram muito grave o fato de mulheres serem agredidas por companheiros e maridos. As mulheres são mais enfáticas (94%), mas, ainda assim, 88% dos homens concordam com a alta gravidade do problema.

. A percepção da gravidade da violência contra a mulher se confirma quando 90% dos brasileiros acham que o agressor deveria sofrer um processo e ser encaminhado para uma reeducação. O contraste entre a quase unanimidade destas opiniões e a realidade concreta na vida das mulheres é gritante. São poucos os casos que chegam a processo e escassas as instituições que lidam com reeducação do agressor.

. A idéia de que a mulher deve agüentar agressões em nome da estabilidade familiar é claramente rejeitada pelos entrevistados (86%), assim como o chavão em relação ao agressor, “ele bate, mas ruim com ele, pior sem ele”, que é rejeitado por 80% dos entrevistados.

. Com relação ao chavão conformista “ele bate, mas ruim com ele, pior sem ele”, há diferenças significativas e culturalmente relevantes: as mulheres (83%) tendem a rejeitar mais do que os homens (76%); os mais jovens (83%) mais do que os mais velhos (68%).

. Em uma pergunta que pede um posicionamento mais próximo daquilo que o entrevistado pensa, 82% respondem que “não existe nenhuma situação que justifique a agressão do homem a sua mulher”. Em contrapartida, 16% (a maioria homens) conseguem imaginar situações em que há essa possibilidade. Observa-se que 19% dos homens admitem a agressão, assim como 13% das mulheres.

. Homens e mulheres fazem o mesmo diagnóstico: 81% dos entrevistados apontam o uso de bebidas como o fator que mais provoca violência contra a mulher; em segundo lugar, mencionadas por 63% dos entrevistados, vêm as situações de ciúmes em relação à companheira ou mulher.

. Menos importantes, mas citadas por três em cada dez entrevistados, vêm as questões econômicas: desemprego (37%) e problemas com dinheiro (31%). 13% citam a eventualidade de falta de comida em casa e 14%, dificuldade no trabalho.

. É opinião geral, em todos os segmentos da amostra, que os que mais perdem nas situações de violência doméstica são os filhos do casal: assim pensam 63% dos entrevistados. 14% das mulheres dizem que elas perdem mais e 16% dos homens se reconhecem como os maiores perdedores. O que estes números sugerem é que todos perdem quando há violência na casa.Trata-se de um flagelo e uma epidemia que atinge a todos.




Violência Doméstica É Preocupação Mais Citada

A partir de uma lista de problemas, observa-se que o problema da violência contra a mulher é central na percepção dos entrevistados. Quando se agrupam os três problemas mais importantes, o destaque para a violência doméstica se amplia para 50% dos respondentes, violência fora de casa e assédio sexual passam a ser citados por 36%, no mesmo patamar que doenças como câncer de mama e de útero.

Pergunta: Aqui estão alguns assuntos que as mulheres têm, nos últimos tempos, discutido bastante. Na sua opinião, qual destes temas mais preocupa a mulher brasileira atualmente? (1º +2º +3º lugar)

Em 1º lugar
1º + 2º + 3º (*)

Amostra total
(2002)
(2002)

%
%

VIOLÊNCIA CONTRA MULHER EM CASA
19
50

VIOLÊNCIA CONTRA MULHER FORA DE CASA/ ASSÉDIO SEXUAL
11
36

DOENÇAS COMO CÂNCER DE MAMA E ÚTERO
17
39

AIDS E O CRESCIMENTO DA AIDS ENTRE MJLHERES
10
26

IGUALDADE DE SALÁRIOS COM HOMENS
9
24

FALTA DE ALTERNATIVAS PARA DEIXAR FILHOS PARA TRABALHAR FORA
6
23

FORMAS DE EVITAR FILHOS
10
20

MENORES DE RUA
4
14

TER UMA PROFISSÃO QUE GOSTE
4
13

LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
2
9

PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA POLÍTICA
2
8

DIVIDIR TAREFAS DOMÉSTICAS COM COMPANHEIRO
2
7

DIREITO DO CONSUMIDOR
1
5

Nenhum, não opinou
4
4


Fonte: Ibope - Instituto Patrícia Galvão, 2004.

(*) Respostas múltiplas.


Preocupação com a violência doméstica é mais significativa nas regiões Norte e Centro-Oeste


Os indicadores de preocupação com a questão de violência não mostram diferenças entre sexo, tampouco na maioria das variáveis estudadas. Isto é, trata-se de um problema amplamente difundido no conjunto da sociedade. Mas algumas diferenças são importantes: a preocupação com a violência doméstica é mais significativa nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde chega a 62% das respostas. À parte questões culturais, pode-se levantar, entre outras, a hipótese da provável ausência de equipamentos preventivos (delegacias da mulher, por exemplo).

O assédio sexual e a violência na rua são questões que preocupam as mulheres mais jovens - que mais estão, no seu cotidiano, fora de casa - e as mulheres de maior renda e com escolaridade média.


PERFIL DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

(Consideram o problema que mais preocupa, citam 3 da lista de problemas)

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
DENTRO DE CASA
NA RUA / ASSÉDIO SEXUAL

Amostra nos segmentos

%
%

TOTAL
50
36

Sexo

HOMENS
51
37

MULHERES
49
36

Idade

16 A 24 ANOS
51
43

25 A 34
55
37

35 A 49
46
34

50 E MAIS
49
31

Escolaridade

ATÉ 4ª SÉRIE
49
31

5ª - 8ª SÉRIE
53
38

ENSINO MÉDIO
50
42

SUPERIOR
47
40

Regiões

NORTE/CENTRO-OESTE
62
35

NORDESTE
53
34

SUDESTE
47
39

SUL
45
34

Tipo de município

CAPITAL
55
40

PERIFERIA
43
34

INTERIOR
50
35

Tamanho de município

ATÉ 20 MIL ELEITORES
48
33

20 A 100 MIL
49
32

MAIS DE 100 MIL
51
40


Renda familiar

MAIS DE 10 Salários Mínimos
43
46

DE 5 A 10 SM
47
42

DE 2 A 5 SM
52
38

DE 1 A 2 SM
50
35

ATÉ 1 SM
52
30

Classificação social

CLASSE A/B
46
42

C
47
40

D/E
53
33


Fonte: Ibope - Instituto Patrícia Galvão, 2004.

Agressão à mulher é considerada um problema muito grave

Do total de entrevistados, 91% consideram muito grave o fato de mulheres serem agredidas por companheiros e maridos. Entre as mulheres esse percentual chega a 94% e, entre os homens, 88%.

Pergunta: Muitas mulheres são agredidas pelos companheiros e maridos dentro de casa. O/a sr./a considera este problema sofrido pelas mulheres.....

TOTAL
MULHERES
HOMENS

Amostra total
(2002)
(1043)
(959)

%
%
%

MUITO GRAVE
91
94
88

UM POUCO GRAVE
6
4
9

NADA GRAVE
1
0
2

Não sabe, não opinou
2
1
2


Fonte: Ibope - Instituto Patrícia Galvão, 2004.

A percepção da gravidade da violência contra a mulher se confirma quando se constata que 90% dos entrevistados consideram que o agressor deveria ser processado e encaminhado para uma reeducação. É interessante observar o contraste entre a quase unanimidade destas opiniões e a escassez de casos que são transformados em processo judicial e ainda mais escassas as instituições que trabalham com reeducação de agressores.

84% concordam que o agressor deveria ser penalizado, inclusive com cadeia. Na mesma direção, 77% não concordam com que os atos de violência contra as mulheres não sejam considerados criminosos. Não há variações significativas ao longo dos diferentes segmentos da amostra.

REJEIÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

Pergunta: Destas frases comumente ditas pelo povo sobre agressão contra as mulheres, gostaria de saber se o/a sr./a concorda ou discorda de cada uma delas:

Em %
CONCORDAM
DISCORDAM

Amostra total em cada item

Bater ou agredir a esposa, parceira ou namorada deveria dar processo e encaminhamento do homem para reeducação
90
9

Bater ou agredir a esposa, parceira ou namorada deveria dar cadeia
84
15

Bater ou agredir esposa, parceira ou namorada pode ser errado, mas não é crime
22
77


Fonte: Ibope - Instituto Patrícia Galvão, 2004.

A idéia de que a mulher deve agüentar agressões em nome da estabilidade familiar é claramente rejeitada pelos entrevistados (86%), assim como o chavão em relação ao agressor, “ele bate, mas ruim com ele, pior sem ele”, que é rejeitado por 80% dos entrevistados.

Cantado em música, sucesso nas paradas de discos mais vendidos, o verso “Tapa de amor não dói” não pegou entre os entrevistados: 82% deles discordam da idéia. Esta taxa não varia significativamente na maioria dos segmentos, mas, como era de se esperar, as mulheres (87%) rejeitam mais do que os homens (75%).

Em %
CONCORDAM
DISCORDAM

Amostra total em cada item

A mulher deve agüentar a violência para manter a família unida
11
86

Tapa de amor não dói
16
82

Ele bate, mas ruim com ele, pior sem ele
17
80


Fonte: Ibope - Instituto Patrícia Galvão, 2004.

Com relação ao chavão conformista “ele bate, mas ruim com ele, pior sem ele”, há diferenças significativas e culturalmente relevantes: as mulheres (83%) tendem a rejeitar mais do que os homens (76%); e os mais jovens (83%), mais do que os mais velhos (68%). Revelando uma vulnerabilidade social, a rejeição é menor entre os entrevistados menos escolarizados (69%) e os de menor renda (73%) do que entre os de camadas mais privilegiadas de renda (90%) e escolaridade (92%).

Discordam da frase: “ele bate, mas ruim com ele, pior sem ele”


SEXO RENDA IDADE ESCOLARIDADE

Em %
TOTAL
M
H
+ 10 SM
Até 1 SM
16 a 24
50 e mais
Até 4a s
Supe rior

Discordam....

Ele bate, mas ruim com ele, pior sem ele
80
83
76
90
73
83
68
69
92


Fonte: Ibope - Instituto Patrícia Galvão, 2004.

O velho ditado que diz que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, ainda tem boa aceitação na média geral (66%), mas há importantes diferenças, sobretudo em relação à escolaridade do entrevistado. Quanto mais escolarizado, menos o ditado é aceito: 47% entre os que têm curso superior e 72% entre os que têm apenas o ensino básico (até 4a. série).

Mas a indiferença frente à agressão fica mais no imaginário do ditado, pois traduzindo de outra forma 57% dos entrevistados concordam com a interferência de uma pessoa que presencie uma cena de um homem batendo numa mulher.

Em %
CONCORDAM
DISCORDAM

Em briga de marido e mulher não se mete a colher
66
32

Se uma pessoa presencia uma cena de um homem batendo numa mulher, ela deve interferir na briga
57
40


Fonte: Ibope - Instituto Patrícia Galvão, 2004.

Mesmo a frase que contém a maior provocação - “mulher que trai até que merece apanhar” - que reflete o espírito de leis antiquadas e tem a conivência da ficção de massa nas telenovelas, é rejeitada por 59% dos entrevistados. Mas as diferenças sociais são eloqüentes, o grau de escolaridade e o de renda afetam esta atitude mais do que qualquer outra variável.

Em %
CONCORDAM
DISCORDAM

Mulher que trai o homem até que merece apanhar
38
59

Entrevistados com escolaridade...

Até 4a série do fundamental
46
50

De 5a a 8a série do fundamental
42
55

Ensino médio
31
68

Superior
17
80

Renda familiar

Até 1 salário mínimo
48
50

De 1 a 2 SM
44
53

De 2 a 5 SM
34
62

De 5 a 10 SM
29
70

Mais de 10 SM
20
78


Fonte: Ibope - Instituto Patrícia Galvão, 2004.

Nem com uma flor...

De outro lado, em todos os segmentos, quase ninguém consegue discordar do “clichê” que diz “em uma mulher não se bate nem com uma flor”. Assim dito 88% dos respondentes concordam e 10% discordam. O que é - de certa forma - surpreendente. Não há variações, a não ser regionais e de sexo. Entre os sulistas 78% concordam e 20% discordam. Entre homens 14% discordam e entre mulheres ainda são 8%.

Em %
CONCORDAM
DISCORDAM

Em mulher não se bate nem com uma flor
88
10

Entrevistados das regiões...

Norte / Centro-Oeste
94
5

Nordeste
92
6

Sudeste
87
12

Sul
78
20

Sexo

Mulheres
90
8

Homens
85
14


Fonte: Ibope - Instituto Patrícia Galvão, 2004.

OS LIMITES DA TOLERÂNCIA

Existem permissivos para a agressão contra a mulher? As repostas anteriores mostram um núcleo minoritário de entrevistados, sobretudo homens, que respondem afirmativamente.

Em uma pergunta que pede um posicionamento mais próximo daquilo que o entrevistado pensa, 82% respondem que “não existe nenhuma situação que justifique a agressão do homem a sua mulher”. Em contrapartida, 16% conseguem imaginar situações, provavelmente vividas por eles (maioria homens), em que há essa possibilidade. Podemos dizer que 19% dos homens admitem a agressão, assim como 13% das mulheres.

São menos tolerantes à agressão os entrevistados de maior renda (89%) e escolaridade mais alta (93%). No Nordeste 74% não tolerariam agressão em nenhuma circunstância, ou seja, nesta região um em cada quatro respondentes admite situações em que um homem possa agredir a mulher.

Neste caso o tamanho das cidades onde vivem os entrevistados chega a influir sensivelmente; dos moradores de cidades grandes (mais de 100 mil habitantes) apenas 12% justificam a agressão; nas cidades médias e pequenas já são 20%. A ausência de equipamentos como delegacias da mulher pode explicar esta diferença.

Pergunta: Qual destas duas posições mais se aproxima daquilo que você pensa?

Em %
TOTAL
Até 20mil hab
20 a 100 mil
+ de 100 mil

Amostra
(2002)
(378)
(595)
(1029)

Existem situações em que o homem pode agredir sua mulher
16
21
20
12

Não existe situação que justifique a agressão do homem a sua mulher
82
78
78
85

Não sabe/ não respondeu
2
1
2
3


Fonte: Ibope - Instituto Patrícia Galvão, 2004.

SITUAÇÕES QUE PROVOCAM A VIOLÊNCIA

Homens e mulheres fazem o mesmo diagnóstico: 81% das entrevistados apontam o uso de bebidas como o fator que mais provoca violência contra a mulher; em segundo lugar, mencionado por 63% de entrevistados, vêm as situações de ciúmes em relação à companheira ou mulher.

Menos importantes, mas citadas por três em cada dez entrevistados, vêm as questões econômicas: desemprego (37%) e problemas com dinheiro (31%). 13% citam a eventualidade de falta de comida em casa e 14% dificuldade no trabalho.

Outras razões menos citadas são: problemas familiares (18%); recusa da mulher em fazer sexo (16%); desobediência da mulher (16%) e gravidez (4%).

41% dos entrevistados das classes mais abastadas (A/B) apontam a situação de problemas com dinheiro, uma taxa muito acima dos entrevistados mais pobres. Dos entrevistados das classes D/E, apenas 25% indicam essa causa. Assim como a desobediência da mulher é mais citada entre estes (19%) do que entre os mais ricos (8%)

Pergunta:Na sua opinião, quais destas situações mais provocam a agressão dos homens contra as mulheres?


SEXO CLASSE

Em %-
TOTAL
Homens
Mulheres
AB
C
DE

Amostra
(2002)
(959)
(1043)
(333)
(662)
(1007)

Respostas múltiplas

BEBIDA
81
78
84
84
80
80

CIÚMES
63
61
64
59
62
64

DESEMPREGO
37
34
40
41
39
34

PROBLEMA COM DINHEIRO
31
29
32
41
34
25


Problemas familiares
18
15
21
20
21
15

Recusa da mulher em fazer sexo
16
12
19
19
13
16

Desobediência da mulher
16
18
15
8
15
19

Dificuldade no trabalho
14
13
14
15
14
13

Falta de comida em casa
13
13
14
12
12
14

Gravidez
4
3
5
3
3
5

Nenhuma dessas
3
4
3
5
4
2

Não sabe/ não respondeu
1
1
1
1
1
2


Fonte: Ibope - Instituto Patrícia Galvão, 2004.

OS FILHOS SÃO OS QUE MAIS PERDEM COM A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

É opinião geral, em todos os segmentos da amostra, que os que mais perdem nas situações de violência doméstica são os filhos do casal: assim pensam 63% dos entrevistados. 14% das mulheres dizem que elas perdem mais, enquanto 16% dos homens se reconhecem como perdedores. O que estes números sugerem é que todos perdem quando há violência na casa. Trata-se de um flagelo e uma epidemia que atinge a todos.

Pergunta: Na sua opinião, em casa onde tem violência contra a mulher, quem perde mais?


SEXO CLASSE

Em %-
TOTAL
Homens
Mulheres
AB
C
DE

Amostra
(2002)
(959)
(1043)
(333)
(662)
(1007)

Os filhos que presenciam a agressão
63
61
64
65
68
59

O homem que pratica a violência
14
16
12
10
9
19

A própria mulher que é vítima
12
10
14
12
12
13

Todos perdem (espontânea)
9
11
8
13
10
7

Não sabe/ não respondeu
1
1
1
0
1
2


Fonte: Ibope - Instituto Patrícia Galvão, 2004.

METODOLOGIA DA PESQUISA

Campo: de 9 a 14 de setembro de 2004.

Universo e amostra: população brasileira de 16 anos ou mais. Foram realizadas 2.002 entrevistas pessoais, representativas da população adulta brasileira (mais de 16 anos). As entrevistas foram realizadas em 140 municípios. Todas as capitais e regiões constaram da amostra.

Margem de erro máxima: 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, sobre os resultados com base no total da amostra (intervalo de confiança estimado de 95%).

SEGMENTAÇÃO DA AMOSTRA

Amostra total
(2002)

%

TOTAL
100

Sexo

MULHERES
52

HOMENS
48

Idade

16 A 24 ANOS
23

25 A 34
25

35 A 49
29

50 E MAIS
22

Escolaridade

ATÉ 4ª SÉRIE
38

5ª - 8ª SÉRIE
24

ENSINO MÉDIO
27

SUPERIOR
10

Regiões

NORTE/CENTRO-OESTE
13

NORDESTE
27

SUDESTE
45

SUL
15

Tipo de município

CAPITAL
24

PERIFERIA
14

INTERIOR
62

Tamanho de município

ATÉ 20 MIL ELEITORES
19

20 A 100 MIL
30

MAIS DE 100 MIL
51

Renda familiar

MAIS DE 10 Salários Mínimos
6

DE 5 A 10 SM
12

DE 2 A 5 SM
32

DE 1 A 2 SM
28

ATÉ 1 SM
18

Critério Econômico Brasil

CLASSE A/B
17

C
33

D/E
50